segunda-feira, outubro 3

Tenho medo de não ser capaz...

Com o decorrer da gravidez, e no meio de tantas coisas que queremos preparar, existem alguns receios que nos fazem duvidar de nós mesmas.

Quem nunca se questionou com perguntas como "serei uma boa mãe", "serei capaz de aguentar as noites mal dormidas, as birras, e todas as tarefas que são necessárias para cuidar de um recém-nascido?", levante o dedo.

É possível que muitas de vocês já se tenha questionado sobre isso. Ou, no caso de ainda não terem sido mães, preparem-se, porque estas questões irão invadir-vos o pensamento, mais tarde ou mais cedo.

Quando engravidamos pela primeira vez não sabemos ao certo como será o bebé, como será o seu temperamento, se irá chorar muito ou pouco, se irá conseguir dormir tranquilamente a noite toda (ou parte dela). Não imaginamos como será o nosso dia-a-dia após o seu nascimento. Mas, idealizamos tudo da forma mais perfeita possível...

Idealizamos estar sempre com energia para cuidar deles, idealizamos ter leite suficiente para o alimentar, idealizamos que conseguiremos cuidar de tudo o resto, para além dele, nas perfeitas condições...

Mas, depois do seu nascimento, e muitas vezes, vencidas pelo cansaço, algumas coisas começam a ficar para trás e deixam de ser tal e qual as havíamos sonhado...

Deixamos de cuidar tanto de nós, de conseguir ter o tempo necessário para aplicar cremes, fazer maquilhagens, arranjar o cabelo, as unhas, ir às compras, ou até mesmo tomar um banho relaxante sem preocupações acrescidas...

Quando o nosso primeiro filho nasce, deparamo-nos com uma série de transformações que, a todo o custo, tentamos compensar.
Quando o nosso primeiro filho nasce, passamos a ver a maternidade de uma forma ligeiramente diferente do que a idealizamos durante a gravidez.
Tomamos consciência do que é ser mãe de verdade. Passamos a sentir na pele o que é necessário para ser mãe, e ao mesmo tempo, esposa, amiga, trabalhadora, dona de casa, etc...

Quando engravidamos pela segunda vez, não idealizamos as mesmas coisas.
Mas, estando mais conscientes, sabemos que as coisas não serão perfeitas, que precisaremos do nosso espaço para nos reajustarmos e acreditamos que iremos dar o nosso melhor.

Quando engravidamos pela segunda vez, conhecemos todas as experiências da primeira viagem, e sabendo que não foi perfeita, deparamo-nos com o medo de não sermos capazes de dar conta do recado.
Dizem que o medo nos mantém alerta. E, se assim for, desejo continuar a ter medo o resto da vida. 

Agora, grávida pela segunda vez, tenho medo de não ter a força que tive na primeira gravidez, tenho medo que a recuperação não seja tão simples e rápida, tenho medo que o sono e o cansaço me vença.

Desta vez, tenho medo que tudo o que correu bem da primeira vez não corra da mesma forma. Por outro lado, tenho a expetativa de que o que não correu tão bem corra melhor.

De uma ou de outra forma, continuarei a ter medos mesmo depois dela nascer, e continuarei a ter expetativas mesmo que as coisas não corram da melhor forma.

De uma forma ou de outra, tenho consciência de que ser mãe é a melhor coisa do Mundo. E, a distância que separa o meu abraço do dela é cada vez menor.

Por isso, por cá, vamos continuar a refletir sobre esta coisa de ser mãe de 2ª viagem.

E, apesar dos medos, continuarei a acreditar que o Gabriel precisa mesmo de companhia.



E vocês, identificam-se com alguma coisa? Também tiveram/têm medo? E expetativas? São as mesmas ou alteraram-se?

Beijinho enorme*

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