terça-feira, março 29

Um bebé nunca nasce só: nasce também uma avó, uma tia... E agora?!?

Algumas amigas minhas foram mães à relativamente pouco tempo. 
De vez em quando, levantam-me algumas questões. Sinceramente, já não me lembro de tudo, com a mesma lucidez.
Por isso, retomei algumas pesquisas sobre os bebés. Custa-me ter esquecido algumas coisas. Sempre julguei que nunca esqueceria nada de nada. Mas afinal... Estava enganada.

Sempre acreditei que recordaria para sempre todos os procedimentos, quantidades, datas e horas exatas da fralda, do leite, do banho, ... Mas não foi bem assim.
Sinto-me enganada e traída pela minha própria memória. Sinto que perdi partes importantes do "meu cérebro", que queria lembrar para sempre.

Mas, de forma consciente, compreendo que o recém-nascido passa por tantas fases, tal como nós. E, vivemos com muita intensidade cada uma dessas fases, na fase em que estamos naquele preciso momento. Com o passar do tempo, vivemos sempre com a máxima intensidade o dia-a-dia, as novas conquistas e os novos desafios de forma emocional, e não estamos tão preocupados em gravar isso na memória de longo prazo. 

Nessa, ficam as conquistas maiores (aquelas que todo o mundo fala): o primeiro pontapé, o dia em que sabemos se é menino ou menina, a primeira mamada, a primeira noite, a primeira fralda, a primeira papa, o primeiro passo, a primeira palavra, e por aí fora... Isso sim, fica gravado e registado para sempre. O resto... Os pormenores da babete (se usava todo o dia ou não), da roupa (se andava com uma ou duas peças), isso vai alterando à medida que o bebé cresce e, por isso, não registamos da mesma forma.

Fonte


Depois do (quase) desabafo, e, perante esta dificuldade de memória, cheguei a uma conclusão:

É habitual as avós, tias e afins opinarem sobre o bebé recém-nascido (e crescido, também). 
Quem nunca teve vontade de meter a chupeta na boca de uma visita? 
Pois... Todas passamos pelo mesmo... Não é nada de novo, é normal. 
Rezem para que, quando estiverem no lugar delas, não se esquecerem da figura que viram. 

Mas, ora pensem comigo... Se, não me lembro de coisas de há 7 anos atrás, como se poderão elas lembrar de coisas de há 30 anos?! Impossível, a meu ver. Lembram-se, como eu, das fraldas, que davam leite, etc, etc. Mas, a precisão e os pormenores? Aquelas dúvidas pequeninas que todas as mães de primeira viagem têm? Nah! Não se deixem enganar. E mesmo que elas lembrassem, esses pormenores são únicos de cada criança. A vossa é única no Mundo. Será diferente das outras, será do seu jeito. Usem a vossa intuição de mães, por favor. Não existem mães perfeitas. Cada uma aprende à sua maneira, ao seu ritmo, segundo a sua intuição.

Para além disto, sabemos ainda que a prática de há 30 anos não é a mesma dos dias de hoje. As fraldas não são as mesmas, o leite não é o mesmo, a quantidade de informação e acessórios e a facilidade de acesso aos mesmos aumentou. Isto, sem pensarmos nos estudos que cada vez orientam mais as nossas práticas.

Se choveram comentários durante a gravidez, depois do nascimento do bebé parece um dilúvio de opiniões e palpites, perspicazes e experientes.

Entre os vários, destacam-se: o nome do bebé, a cor do quarto, os padrinhos, as primeiras roupinhas,... 
Depois evoluem: bebé chora por fome, por frio, por calor, por sede, por sono. Chora, ora porque não gosta da chupeta, ora porque está a habituar-se demasiado a ela. Chora porque tem fome, mesmo passado 5 minutos de sair da mamada. Chora porque tem frio, mesmo com aquecimento no quarto. Bem, e não chora porque está a ficar FARTO de PALPITES?!
Se aproveitassem tantos palpites certeiros para jogar no Euromilhões... Talvez conseguissem tirar umas férias, bem longe do bebé (ahahahah).

Avós, tias e afins, poupem-se de conselhos. Cá entre nós, eles são mais valiosos, quando solicitados ;)

Mães, não há nada a fazer. Desliguem o sensor, poupem energia, e sorriam. ;) Aproveitem o início da vossa maior aventura. :)

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